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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Preço é o principal motivo para consumo de mercadoria pirata

De acordo com a pesquisa “Ética – Consumo ético e consciente”, realizada pela Canal Varejo e o Programa de Administração de Varejo (PROVAR) da Fundação Instituto de Administração (FIA), entidade conveniada com a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), 91,7% dos entrevistados afirmam que sempre fazem ou recentemente compraram um produto pirata.

Diante dos altos preços dos CDs e DVDs, que estão em primeiro lugar no ranking geral de produtos pirateados mais consumidos, a única alternativa para o consumidor é a pirataria.

O Conselho Nacional de Combate à Pirataria argumenta que para cada emprego informal criado (barraca de camelôs), seis formais são perdidos. Além disso, cerca de dois milhões de vagas de empregos são fechadas (ou deixam de ser abertas) todos os anos por causa da “pirataria”. De acordo com o professor Dr. Claudio Felisoni de Angelo, coordenador geral do Provar/FIA “A pirataria é um problema cultura e social no Brasil. O consumidor, ao adquirir um produto falsificado, não sabe o mal que causa a si próprio e ao desenvolvimento do país.

Mal a si próprio!?
Não que eu esteja defendendo a pirataria, mas por que pagar R$ 45,00 em um DVD se você pode tê-lo a R$ 10,00? Além disso, há dias procuro um jogo para o meu PS2. Pelo fato de o console ser “bloqueado”, só roda jogos originais. Assim, procurei em várias casas como: Lojas Americanas, Carrefour, Fnac, CTIS, site Submarino... nada! Só me restou procurar em camelôs, e o resultado não poderia ser outro. Além de ter encontrado, pude testá-lo, coisa que com um jogo original não é possível, e ainda me saiu a R$ 15,00; um original não teria saído por menos de R$ 100,00.

Justamente por questões sociais, é muito difícil o combate à pirataria. De um lado as gravadoras, o Conselho de Combate à Pirataria e outros órgãos falam sobre os malefícios da pirataria, e de outro lado temos, na prática, os seus benefícios, ou seja, preço baixo, acessibilidade e outros fatores. Aqueles consumidores que têm consciência sobre o assunto acabam ficando entre a cruz e a espada.
Multinacionais
A China Audio Video Warner (CAV Warner), empresa mista da Warner na China, em colaboração com o Governo, decidiu combater a pirataria de seu filme "Superman, o retorno" colocando à venda a primeira versão mundial de DVDs a partir de US$ 1,70 com apenas dois meses e meio após a estréia nos cinemas. A companhia também ampliou sua rede de distribuição, dos 5 mil pontos de venda iniciais para 8 mil. Assim, antigos vendedores da versão pirata se transformaram em vendedores oficiais.

A CAV Warner adere assim à tendência das grandes distribuidoras internacionais de corrigir suas estratégias para combater as perdas causadas pela pirataria. Muitas delas estudam incentivos e vantagens suficientes para que o consumidor prefira pagar um pouco mais e adquirir o disco original.

No Brasil...
Para o cantor carioca de rap BNegão, além do alto preço cobrado por CDs e DVDs, o “jabá” é um problema muito maior que a pirataria. “Você não pode ouvir Ivan Lins no rádio, que acabou de ganhar o Grammy e vários prêmios mundiais. Não pode ouvir Yamandú Costa, Nação Zumbi e várias outras coisas. Todo mundo acaba tendo que tocar fora do Brasil. É um exílio cultural o que vem acontecendo no país”.

BNegão fez o que chama de trabalho “off circuitão” e colocou suas músicas na internet. Ganha dinheiro com shows pelo país e exterior. Seu CD foi lançado no Brasil por um selo independente e é vendido a R$ 15.
O que fazer?
Entidades de classe, artistas e gravadoras precisam se adequar à realidade. Além de trabalhar com base nos exemplos citados, uma campanha de conscientização precisa ser feita mais centrada na realidade econômica das pessoas e não simplesmente: “Pirataria: tô fora!” (campanha do Ministério da Justiça - www.mj.gov.br/combatepirataria - http://www.piratatofora.com.br/). Por que eu estaria fora se eu só tenho benefícios? É exatamente isso que a campanha deveria responder.

Além disso, deveria ser feita de uma maneira ampla, com a utilização de TV, jornais, revistas, notícias em telejornais e inclusive novelas. É claro que, paralelamente a isso, também deve ser trabalhada a questão do desemprego, principal motivo da proliferação de camelôs.

A atividade de “lobbying” também pode ser trabalhada “junto ao governo, visando à imposição de sanções contra os países que toleram a pirataria de produtos” (Helsen & Kotabe, 2000).

Com essas medidas o mercado ficará melhor tanto para as grandes gravadoras, quanto para artistas e consumidores.
Abraço,
Hernani Santos

Um comentário:

Anônimo disse...

A pessoa que te descobrir, será uma pessoa de muita sorte, porque vc é um belo profissional.
vem cá, porque você não escreve um livro? é...Você daria um ótimo escritor também!!