Com direito a uma rápida exposição sobre o 1º Anuário de Mídia Pública do Brasil, além de oferta de vale-compras no valor de R$100,00 a cada pessoa do público participante, o debate apontou algumas respostas para a pergunta: “Como fazer para melhorar o diálogo entre mercado e academia e construir ementas para as disciplinas de mídia que possam atender às demandas crescentes do mercado brasiliense?”
Realizado no auditório do Correio Braziliense em 13/09, com um mestre de cerimônia de luxo, Marco Frade – Dir. de mídia da Artplan e Presidente-fundador do Grupo de Mídia de Brasília, o debate foi moderado por André Silva, Dir. de Assuntos Éticos e Técnicos do Grupo de Mídia de Brasília e Supervisor de Mídia da Artplan, e contou com a participação de importantes atores do mercado de comunicação. Entre os profissionais estavam: Paulo Tamanaha – Dir. do Centro de Idéias e Negócios (CIN), Marcelo Bressan – Ger. de Contas do Portal Terra Brasil-DF e Mavi Paiva – Dir. de Mídia da 141 Soho Square Comunicação-DF. Entre os difusores do conhecimento acadêmico estavam: Edmundo Dantas – Prof. De mídia do curso de publicidade da UnB, Henrique Moreira – Coord. do curso de publicidade do Uniceub, Flávio Coelho – Prof. de mídia da Católica, e Leonardo – Prof. de mídia do IESB.
Entre os profissionais, o consenso é que os aspirantes à mídia não saem da faculdade devidamente preparados para o mercado. Questões como grade curricular deficiente, conceitos básicos insuficientes, além de falta de iniciativa e a incerteza da área de atuação dos estudantes, têm influenciado negativamente no desempenho dos novos profissionais.
Do ponto de vista acadêmico, é importante lembrar que os estudantes estão em uma espécie de fase final de desenvolvimento tanto acadêmico quanto psicológico. Ou seja, conhecimentos fundamentais da vida escolar, inclusive suas deficiências, ainda precisam ser lapidados quando chegam à faculdade. Psicologicamente, de uma maneira geral, é naturalmente difícil decidir em qual área atuar, o que faz com que os estudantes oscilem bastante quanto a uma decisão profissional. Existem ainda as questões burocráticas que travam o processo de desenvolvimento de uma grade curricular mais próxima da realidade do mercado.
Algumas saídas encontradas por alguns professores e coordenadores é a abordagem do cotidiano das agências dentro das salas de aula, trabalhando os conceitos básicos, por exemplo, além de levar profissionais às faculdades através de seminários. Em outros casos, incubadoras de agências abordam teoria e prática juntas, sob a orientação e/ou apadrinhamento de profissionais do mercado. De acordo com o Coordenador Henrique Moreira, é importante frisar que as faculdades formam publicitários e não exatamente profissionais de mídia.
Nesse sentido, todos foram unânimes ao concordarem que o formando não sai preparado só com base em faculdade. Os estudantes têm que ler muito, se atualizar o tempo todo, ou seja, correr atrás do conhecimento. Dessa maneira, farão o diferencial técnico que juntamente com doses de iniciativa e empreendedorismo garantirão um lugar ao sol.
No que se refere à atualização, é fundamental que os profissionais e novos profissionais tenham conhecimento sobre mídia online. Apesar de estarmos em plena fase de deslumbramento com as novidades do mundo digital e suas várias possibilidades de mensuração, tal meio também exige uma abordagem planejada exatamente como ocorre na mídia offline. É claro que assim que os padrões de métricas forem estabelecidos para o meio digital, o planejamento e a previsão de retorno de investimento serão mais exatos.
As boas práticas de relacionamento interpessoal nos ambientes profissionais também foram abordadas no evento. Antes de tudo, é preciso lembrar que diariamente estamos lidando com pessoas e, como tal, o relacionamento humano e o comportamento psicossocial devem vir em primeiro lugar. Além disso, é inadmissível que existam feudos dentro de agências e veículos, e que pensem que uma área é mais importante que a outra. Uma agência é como um corpo vivo; se faltar qualquer órgão, a agência morre.
Ao final do evento, Marco Frade apresentou rapidamente o 1º Anuário de Mídia Pública do Brasil e revelou que pela primeira vez é possível verificar os investimentos publicitários dos governos da América Latina. Contou ainda um pouco sobre o árduo trabalho de elaboração do material e garantiu que o mesmo será entregue gratuitamente a órgãos, instituições e empresas como agências (até nível 4) e secretarias de comunicação por todo o Brasil. O mesmo também foi o autor da pegadinha sobre o vale-compras no valor de R$100,00, que estaria fixado debaixo do acento do auditório!
Obrigado pela leitura.
Hernani Santos